segunda-feira, 21 de abril de 2008

Ediçao Especial Sobre Tudo que Ocorreu em torno do Massacre de Campo Novo

REDNOTIC
Revista Eletrônica de Notícias Internacional da Contrainformação
(Criada no âmbito do FSM-II [PUC-RS, Porto-Alegre/Br. Janeiro/2003)
"A Contrainformação é o contraponto à Mídia Capitalista Global"
No. 0322 - Ano V- Abril/2008.
Editada na Terça-feira, 22 de Abril de 2008.
Editor: Paulo Lucena.

EDITORIAL

O texto da Informação e denúncia aqui mencionado, foi editado e divulgado pela Revista Eletrônica Internacional REDNOTIC Nº 0320 de 16/04/2008, com sede em Belém-PA, Blogger jornalístico semanal luc-adnalramsolidario.blogspot.com, que tem como suporte de cooperação panamericano e vetor virtual na Rede Mundial de Computadores o Portal da Agencia de Noticias Nueva Colômbia (ANNCOL) www.anncol.com, com sede em Estocolmo-Sue, edição publicada in Web, notícia esta que, em função das dificuldades de comunicação com a correspondente jornalística no Palco e no Cenário dos acontecimentos ocorridos, a militante socioambiental Maria Dirlene Trindade Marques, não tivemos a confirmação da tragédia informada e seus desdobramentos, em sua Origem. Tudo isto em razão de a revista burguesa da Mídia capitalista ISTOÉ, protetora ostensiva dos Latifundiários de Rondônia (Fazendeiros Pecuaristas e Agronegociantes da Soja) e um dos órgãos cúmplices dolosos da tragédia, que abafaram o episódio denunciado pela REDNOTIC. Aguardamos a iminente reportagem textual e fotográfica de Maria Dirlene que ainda está no campo investigatório da BR-421 ora agindo como autora da informação original da Tragédia.

Aproveitamos a oportunidade para divulgar informes alusivos à supra citada tragédia, publicada hoje na Página Index da Comissão Nacional da Liga de Camponese Pobres do Brasil, denunciando a Revista ISTOÉ, como acumpliciada com o jornal rondoniense Folha de Rondônia. Segundo tal denúncia, o diário Folha supra citado foram os responsáveis pela intensiva campanha midiática falaciosa e sectária que contribuiu para o abafamento do Massacre de Campo Novo, e por uma urdidura maquiavélica que age no sentido de distorcer a índole do movimento camponês libertário de Rondônia, pintando falsamente os Camponeses em luta como se fossem "Guerrilheiros Insurgentes" ligados às FARC-EP (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia - Ejército del Pueblo). Tudo infâmia dolosa (injúria) contra os Camponeses da LCP-RO, ao ponto de fotografarem apetrechos lúdicos artesanais (armas de brinquedo feitas às dezenas em artesanato de madeira e tubos PVC, pintados de preto, para figurar como "armas pesadas de guerra" em apresentações de cultura teatral, vale enfatizar, peças de arte dramática encenadas por jovens filhos(as) de camponeses da Região. Criminosamente, repórteres trapalhões e mercenários da ISTOÉ fotografaram tais apetrechos lúdicos e montaram a farsa como sendo "as armas dos guerrilheiros de Rondônia" e alardeando que tais fotos espúrias teriam sido feitas por Agentes Oficiciais a ABIN-Agência Brasileira de Informações. E por cima, acintosamente, um algoete de ISTOÉ, chamado Alan Rodrigues, com arroubos de arrogância e falta de respeito às Autoridades Supremas do País, impõe cobranças ao Presidente da República e ao Ministro da Justiça, para mandarem punir os "Guerrilheiros" da LCP-RO.

Como já dito acima, a Denúncia pública original do Massacre de Campo Novo abafado pelo Poder farsante e mentiroso da Revista ISTOÉ e do Jornal Diário Folha de Rondônia, está editada em luc-adnalulramsolidario.blogspot.com, Blogger vetor da Revista REDNOTIC, e tambem através de instância administrativa que enviamos ao Sr. Ministro da Presidência da República Dr. Manuel Pedro Cunha da Silva Pereira, com vistas ao Presidente Lula, em que instamos à Autoridade Executiva Suprema do Brasil que tome as medidas necessárias junto ao seu Ministro da Justiça, o jurista e professor Tarso Genro, para que seja investigado a fundo o caso, não só a fim de que o genocídio horroroso seja apurado, seus abafadores e os criminosos de lesa-humanidade (genocidas e ocultadores de cadáveres) sejam punidos com os rigores da Lei, mas tambem no sentido de apurar as fraudes expressas e fotográficas flagrantes e inequívocas de Repórteres que estão enxovalhando o conceito de hombridade e honradez Nacional e Internacional da Imprensa Brasileira. Em outras palavras, suplicamos ao Eminente Senhor Ministro da Presidência que leia não só os tópicos de notícia expressos no pacote de E-mails sequenciais, ora sendo repassados em E-mail paralelo a esta matéria jornalística, de mensagens que temos trocado ultimamente com a nossa Correspondente Maria Dirlene, senão tambem o texto da Denúncia ainda não complementada, editadas virtualmente no espaço de Web Panamericano luc-adnalramsolidario.blogspot.com.

Dirlene está ultimando as investigações para o envio imediato de dados complementares que vão consubstanciar a informação sobre o chamado Massacre de Campo Novo.

As Matérias a seguir são reproduzidas do blog Luta Camponesa Brasil


Paulo Lucena – REDNOTIC – Editor.


Revista Istoé continua sua sina:
venal, porta-voz do latifúndio e da reação


Em mais uma “matéria” assinada por Alan Rodrigues, a revista Istoé, em sua edição 2007, datada de 23 de abril de 2008, segue sua campanha de calúnias e mentiras contra a Liga de Camponeses Pobres de Rondônia. Desta vez apresenta, com o estardalhaço de sempre, 6 fotos que seriam provas definitivas de que a Liga de Camponeses Pobres promove treinamento de guerrilha em Rondônia. Com ares de quem desvenda um mistério fala de um exército de 400 homens, com fuzis FAL, 5 vezes maior que o número de guerrilheiros que desembarcou em Cuba no iate Gramna e que deu início à revolução cubana. Em seu texto, o investigativo jornalista queixa da “omissão das autoridades federais brasileiras e silêncio do resto do Brasil” por não darem crédito as suas denúncias anteriores. Mais uma vez suas fontes são o ladrão de terras e latifundiário Sebastião Conti, o latifundiário e deputado Moreira Mendes (PPS) e Cezar Pizzano, chefe de polícia do desmoralizado e corrupto governador de Rondônia Ivo Cassol. Mas o que publica o senhor Alan Rodrigues, como furo de reportagem, é requentado do que saiu publicado no jornaleco Folha de Rondônia, órgão oficial do latifúndio daquele Estado e em sites da internet da extrema-direita, catacumbas da ditadura militar, como o do torturador coronel Brilhante Ustra.

As provas da Istoé

As fotos publicadas são da apresentação de uma peça de teatro em homenagem a Ernesto Che Guevara. Esta peça foi montada em 1998 por estudantes secundaristas e universitários do Grupo de Teatro Frente Cultural e encenada dezenas de vezes em escolas, sindicatos e bairros populares de várias cidades do País, por ocasião dos 30 anos da queda em combate deste heróico revolucionário. As fotos exibidas pela revista e pelo Folha de Rondônia (há uma semana) são da apresentação da peça em Machadinho do Oeste, no Assentamento Palma Arruda na Escola da Barragem. Elas foram roubadas numa das inúmeras agressões contra o movimento dos camponeses em Rondônia, na invasão da sede da LCP em julho de 2003 por policiais comandados pelo major Enedy Dias, assim como outros pertences nunca devolvidos.

No seu afã odioso de provar existência de guerrilha da LCP, o sr. Alan e sua venal empregadora fazendo ares de mistério afirmam que as fotografias foram obtidas por trabalho de agentes da Abin que não podia revelar a data do registro. Não se dão conta do ridículo. Os perigosos fuzis Fal de uso exclusivos das Forças Armadas vistos pelo arguto jornalista não passam de pedaços de pau e tubo de PVC pintados de preto das imitações confeccionadas pelos próprios integrantes do grupo teatral.

Somente um fascistóide como Alan Rodrigues e uma revista que vive de matérias pagas, obcecados em criminalizar a Liga de Camponeses Pobres, pode dar por verdadeiros estes delírios reacionários dos latifundiários de Rondônia, do senhor Ivo Cassol e seus sequazes.

Sobre a verdade e a mentira

O senhor Alan Rodrigues tem ainda a cara de pau de acusar a LCP de “faltar com a verdade” quando da denúncia do ataque de 100 pistoleiros às 400 famílias no acampamento Conquista da União, em Campo Novo, no dia 9 de abril último. A LCP não coordena este acampamento mas não teve dúvidas em dar repercussão ao ataque de pistoleiros e em denunciar o massacre. Era a única forma de tentar deter a mão dos criminosos. A história da luta camponesa em Rondônia é uma história infindável de violências e assassinatos de trabalhadores pelo Estado e pelo latifúndio. Será que o senhor Alan, tão criterioso e tão bem informado não sabe disto? E mais, num ataque covarde como este, contra centenas de famílias desarmadas, num tiroteio que durou horas, as pessoas tendo que sair correndo pelo mato, como era possível ter uma avaliação precisa do que acontecia? E mais, a polícia, em claro conluio com a pistolagem, recebeu a denúncia do ataque mas só dispôs a ir ao local 30 horas após o acontecido.

É realmente interessante que o senhor Alan Rodrigues e o distinto e diligente Pizzano se apressem em fazer críticas à LCP, mas não emitam juízo de valor sobre esta ação criminosa do latifúndio. O latifundiário Edson Luiz Liutti, genro do Catâneo, que nunca conseguiu provar sua propriedade sobre aquelas terras, pois são terras griladas, assumiu abertamente que comandou um bando de pistoleiros que atirou contra centenas de famílias para expulsá-las da área. Isto pode não é? Como o fazendeiro não tem como provar na justiça a propriedade da terra, acertou com a polícia fazer por conta própria o despejo. A criminalização do movimento camponês serve a isto. Trata os camponeses como criminosos assassinos e aí toda violência é justificada.

Disputas dentro das classes dominantes

O objetivo desta campanha sórdida contra a LCP, com o acionamento do alarme de uma guerrilha inexistente, tem que ser entendida no contexto da aguda disputa entre governo estadual e federal, entre os diferentes grupos de poder sobre a exploração da Amazônia. Os sucessivos recordes de desmatamento observados no último ano foram provocados pela derrubada da mata em larga escala para ampliar as áreas de pastagens e de cultivo de soja e cana de açúcar para o etanol e para a exploração mineral. E isto não se deterá pois, subservientes às potências estrangeiras, o governo e as classes dominantes nativas prosseguirão com a política de tudo exportar, dilapidando nossos recursos humanos e naturais.

Como defendem as grandes madeireiras, os alvos dos governos são as pequenas e médias serrarias. A política deles é esvaziar a região, expulsando os camponeses pobres, entregando a região amazônica nas mãos do que chamam de agronegócio. Esta é uma política ditada pelos paises imperialistas de só permitir que as grandes madeireiras, principalmente estrangeiras, continuem com suas atividades mediante o arrendamento e exploração de Florestas Públicas. O governo FMI-Lula aprovou esta lei em 2006 e já realizou o primeiro leilão para entregar 90 mil hectares da Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia. Grandes grupos nacionais e estrangeiros poderão explorar a madeira e o subsolo, rico em minerais, por 60 anos.

Enquanto esta transição não se conclui, enquanto não se retalha a floresta, os grandes madeireiros exigem que não se criem empecilhos a sua atividade. É por estar ligado a este setor que o senhor Ivo Cassol faz todo estardalhaço buscando sobrevida para seu combalido mandato. Atacar a LCP, pagar por “matérias” sensacionalistas sobre “guerrilha no Brasil” é manobra diversionista para paralisar a operação “Arco de Fogo” no Estado e ganhar tempo para acordos com o governo federal.

A questão camponesa é cada vez mais uma questão nacional

Desde a chegada dos portugueses em 1500, o Brasil é um fornecedor de matérias primas para os paises que nos exploram e dominam. Em um período produzir e exportar café, noutro suco de laranja, noutro soja, agora cana de açúcar para o etanol, etc., junto ao ouro, minério de ferro, manganês, alumínio e outras riquezas. E isto só é possível por que existe o monopólio no controle das jazidas e monopólio da propriedade da terra no país. Ou seja, pouco mais de 50 mil propriedades latifundiárias reúnem mais de 200 milhões de hectares de nossas melhores terras. São estes latifúndios, que se dispõem a qualquer momento produzir o que o mercado mundial (dominado pelas potências imperialistas) determinar. Não tem nenhum compromisso com as necessidades de nosso povo.

A questão amazônica enfeixa agudas contradições que cobrarão solução nos próximos anos. A cobiça internacional aprofundará a contradição entre os interesses nacionais e das potencias imperialistas. Só a pequena e média propriedades podem usar sem depredar o meio natural em particular a floresta. Sua produção é voltada para o mercado interno, particularmente alimentos para o nosso povo. Só com a povoação da Amazônia por milhões de camponeses o Brasil poderá de fato controlá-la e defendê-la.

Repudiamos todos estes ataques que temos sofrido, que agride não os movimento sociais combativos mas todos os democratas do país. Ao contrário do silêncio que o senhor Alan Rodrigues obteve para suas acusações, nós agradecemos às incontáveis manifestações de solidariedade que temos recebido em Rondônia (inclusive da imprensa democrática rondoniense), de todo o país e do exterior.

Reafirmamos nosso compromisso de lutar por mobilizar e organizar os camponeses pobres para tomar todas as terras do latifúndio e distribuí-las aos camponeses pobres sem terra ou com pouca terra.

Jaru, 20 de abril de 2008

Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres do Brasil

Nota de Repúdio

Jaru, 25 de março de 2008

Repudiamos a matéria mentirosa, sensacionalista e criminalizadora que a Revista “Isto É” tenta passar por reportagem, com chamada de capa na edição de N.º 2003-Ano 31.

Repudiamos que latifundiários bandidos, assassinos, escravocratas, grileiros e os principais responsáveis pela destruição das florestas de nossa região, que moram em mansões e andam de avião, sejam apresentados, neste panfleto do latifúndio travestido de “matéria Jornalística”, como se fossem dóceis velhinhos bem intencionados, que pretendem trazer o progresso para Rondônia, e que são impedidos,ameaçados e aterrorizados por camponeses maus!

Repudiamos uma vez mais, repudiaremos centenas, milhares de vezes, sempre que guaxebas, pistoleiros, jagunços, seguranças privados, contratados para aterrorizar e assassinar camponeses pobres, mulheres e crianças, nós denunciaremos sempre que forem apresentados pela imprensa como humildes trabalhadores inocentes, contratados para serviços diversos.

Repudiamos este tipo de matéria paga que têm o único e exclusivo objetivo de dar repercussão nacional e servir de justificativa para sórdidas campanhas repressivas, com direito a torturas e assassinatos de camponeses pobres, tratados por essa imprensa podre e preconceituosa como “combatente de grupo armado”, “trupe maltrapilha, encapuzada e arredia”, e tudo o mais que transforme estes camponeses da região amazônica, estes brasileiros homens, mulheres e crianças, em alvos para as balas da burguesia, do latifúndio e do imperialismo!

Repudiamos que sejamos acusados de “portar arsenal deguerra”, enquanto o repórter mau caráter coloca a foto de umpistoleiro, jagunço, guaxeba, como que escondido no mato,com uma frase que ocupa quase uma página inteira falando deguerrilha, enquanto a legenda explicando que se trata depistoleiro do latifúndio é mínima!

Repudiamos a grosseira armação de colocar fotos de companheiros ao lado de cadáveres, com o objetivo de que os leitores reconheçam estes companheiros como os responsáveis por tal assassinato! Que teria ocorrido segundo a “reportagem” em 22/02/2008. Canalhice também tem limite, Sr.Alan Rodrigues!

Estes companheiros, Ruço e Caco, foram injustamente acusados, há anos atrás, pela morte de um pistoleiro do latifundiário e grileiro Galo Velho, que é um dos maiores do ramo da “grilagem” no país, reconhecido como tal oficialmente pelo próprio Estado.

Ruço, depois de mais de 4 anos preso injustamente, foi ABSOLVIDO em Júri Popular, junto com Joel. Caco, após permanecer por três meses preso, foi absurdamente condenado, junto com o Dr. Ermógenes, advogado que presta serviço a alguns acampamentos, pela LEI DE IMPRENSA! Esta condenação impediu Caco de se defender junto com Ruço e Joel. Caco tem advogado constituído, inclusive apoiado por manifestação, pública, em abaixo assinado, de mais de 500 personalidades jurídicas e intelectuais de pelo menos 21 estados brasileiros e países espalhados pelos 5 continentes.

Esse processo infame contra Caco foi movido justamente por um dos protagonistas da matéria da “Isto É”, o Major Enedy. O mesmo que foi denunciado por camponeses de receber estranhos “presentes” após ações de reintegração de posse. O mesmo que, como um pavão, uma estrela de televisão, foi de colete a prova de balas no julgamento de Ruço e Joel, como testemunha de acusação, e acabou desmoralizado ao reconhecer que seus comandados, “nas horas de folga”, prestavam serviços de “segurança” para o latifúndio na região! Mas talvez na busca pela verdade, verificar suas fontes não estava na pauta do Sr. Alan.

QUEM MERECE SER REPUDIADO, EXECRADO E PUNIDO PELA SOCIEDADE, INCLUSIVE PELA PRÓPRIA LEI DE IMPRENSA UTILIZADA CONTRA O MOVIMENTO CAMPONÊS, é a revista “Isto É”.

E mais: repudiamos também veementemente as declarações do Major Josenildo Jacinto, Comandante do Batalhão de Polícia Militar Ambiental. Este Major acusa a Liga de tudo o quanto pode e enxerga, porque a sua “polícia ambiental” é ODIADA PELA MASSA DE TODOS OS CAMPONESES DE RONDÔNIA! Esta polícia é odiada porque persegue camponeses e pequenos madeireiros,enquanto protege latifundiários e grandes madeireiros. Esta polícia é odiada porque protege os agentes do IBAMA, verdadeiros agentes do imperialismo na região, que chegam passando por cima de tudo e de todos. Até o próprio governador de Rondônia andou protestando contra o IBAMA na região.

Conclamamos todos os democratas de Rondônia a se unirem contra mais esse sórdido ataque contra a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia, que também é um ataque covarde contra o movimento camponês combativo, que é um ataque a todos os camponeses pobres da região amazônica, que é um ataque aos heróicos camponeses de Rondônia, que vieram de todas as partes do Brasil para esta terra, onde resistem há décadas aos ataques do latifúndio e à cobiça devastadora dos imperialistas estrangeiros, principalmente norte-americanos.

Cobramos a punição deste repórter e desta revista, e conclamamos todo o movimento popular a fazer o mesmo, na justiça!

Àqueles que, assustados com as calúnias e o sensacionalismo barato desta matéria paga, silenciam sobre tantas mentiras, acabarão por se tornar cúmplices do banho de sangue pretendido pela reação e já planejado, que está em processo acelerado de ser deflagrado.

Que todos os democratas sinceros e amantes da verdade e dajustiça, se unam!

A verdade vencerá a mentira!



Viva a luta combativa dos camponeses de Rondônia!

Terra para quem nela vive e trabalha!

Viva a luta heróica dos camponeses brasileiros da região amazônica.

A Amazônia é nossa!

Viva a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia!


Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia

Quinta-feira, Fevereiro 28, 2008

Todo apoio aos camponeses de Alagoas

Jaru, 28 de fevereiro de 2008

1 - Repudiamos veementemente os ataques de pistoleiros comandados pelo latifundiário Jorge Gonçalves contra 70 camponeses sem-terra integrantes do MST, ontem, no município de Piranhas, estado de Alagoas.

2 - Nos solidarizamos com todos os camponeses, especialmente os 16 que ficaram feridos. Expressamos todo nosso apoio e incentivo aos 5000 camponeses que estão fechando rodovias alagoanas, desde a manhã de hoje.

3 - A fazenda Lagoa Comprida, com cerca de mil hectares (equivalente a mil campos de futebol), é improdutiva e é reivindicada pelos camponeses a mais de um ano. Em 2007, os camponeses fizeram um acordo com o centro de gerenciamento de crise de Alagoas e o Incra para se retirarem do local até que fosse feita uma vistoria na área. O prazo venceu na quarta-feira sem o Incra ter feito a vistoria.

4 - Os camponeses, cansados de esperar pelo Incra, voltaram à área para retomá-la, quando foram atacados a tiros de espingardas disparados por 12 pistoleiros do latifundiário Jorge Gonçalves, que também estava presente e os ordenou que metessem bala.

5 - 16 camponeses ficaram feridos, inclusive mulheres, 9 estão em estado grave, sendo o caso mais sério o de um camponês atingido no olho e no peito.

6 - Em protesto à tentativa de massacre, 5000 camponeses estão bloqueando rodovias estaduais e federais em 9 pontos, desde a manhã desta quinta-feira. Pneus foram queimados e a polícia agiu com trucuência tentando abrir as pistas em alguns pontos.

7 - Situação semelhante a esta do município de Piranhas está prestes a acontecer no município de Capela, também em Alagoas. Há mais de um ano, 360 famílias integrantes da LCP – Liga dos Camponeses Pobres tomaram os latifúndios improdutivos Pedrinha, Pereira e Pitombeira. O Incra prometeu várias vezes vistoriar a área, mas até agora só ficou na promessa. Os camponeses, já calejados, não esperaram e fizeram suas roças, que servem também para abastecer os comércios de Capela. A justiça ordenou o despejo das famílias para o dia 26/02/08. Os camponeses estão decididos a lutar para defender suas terras e sua produção. Um confronto é iminente e se ocorrer, será de total responsabilidade do juíz de Capela, dos latifundiários, do Incra e do governador Teotônio Vilela.

8 - Alagoas é o estado mais violento da região nordeste e o 5º do Brasil, segundo dados da CPT – Comissão Pastoral da Terra. Hoje, O estado vive uma das mais graves crises da segurança pública em sua história, com a justa greve dos policiais, que já dura quase 7 meses. Num momento crítico como este, o governador Teotônio Vilela não se constrangeu em colocar o Bope na rua para impedir manifestações dos grevistas nem se constrange em enviar policiais para retirar a força famílias camponesas do latifúndio de um Secretário de seu governo.

9 - Os camponeses estão cansados de esperar pela Reforma Agrária do governo anos e anos debaixo de lonas pretas, na beira das estradas, vivendo de cestas-básicas. Querem terra para trabalhar, seguem se organizando e lutando por todo o país por seu direito sagrado.

O povo quer terra, não repressão!
Terra para quem nela trabalha!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia
MFP – Movimento Feminino Popular
Escola Popular

Resposta aos novos ataques de Istoé

Publicamos na íntegra nota da LCP - Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia sobre os ataques da revista Istoé.

Jaru, 31 de março de 2008

Novamente a revista Istoé, pelas mãos do jornalista Alan Rodrigues insiste em publicar mentiras com objetivo de caluniar e difamar a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e criminalizar a luta pela terra.

Sem nenhuma prova para apresentar, a revista repete a invencionice de a LCP “treinar homens armados” e “ter base de treinamento guerrilheiro”.

Os assassinatos de camponeses, que estavam acampados ou assentados na região e que a matéria qualifica de “militantes da organização clandestina”, foram ações covardes de pistoleiros e policiais a soldo do latifúndio. Que sempre atuaram na região.

O que afirmam ser “uma área dominada por insurgentes” na verdade qualquer um tem livre acesso.

A LCP surgiu a partir da luta dos camponeses na fazenda Santa Elina em Corumbiara em 1995, é uma organização independente dos camponeses pobres.

Desde sua fundação realizamos inúmeras atividades em todo o estado, como passeatas, atos, manifestações, encontros, congressos etc. Todos de conhecimento público e abertos à participação de qualquer um. Temos uma sede com endereço e telefone na cidade de Jaru.
A Liga dos Camponeses não é uma organização clandestina e nem braço armado de nenhuma organização.

Na matéria o governador Ivo Cassol (expulso de partido político por suspeita de corrupção) ao atacar os camponeses deixa claro que quer defender os grandes madeireiros e os latifundiários produtores de soja e criadores de gado, que são os responsáveis pelo desmatamento na Amazônia. Além de usar esta imprensa venal para encobrir as acusações, que correm na boca do povo, de que ele, o governador, está por trás dos massacres que vem ocorrendo no garimpo de diamantes da reserva Roosevelt.

Já o ouvidor agrário nada fala sobre o dossiê de denúncias entregue por representantes da LCP, que trata sobre os abusos da polícia e crimes do latifúndio ao longo dos últimos anos no estado de Rondônia. Todo o Brasil sabe da impunidade dos crimes do latifúndio: são centenas de camponeses covardemente assassinados todos os anos, são massacres que se repetem (Corumbiara em 1995, Eldorado dos Carajás em 1996, só para ficar nos de mais repercussão). Nenhuma denúncia é investigada, nenhum latifundiário é preso.

É muito grave o que estão preparando os latifundiários, sua imprensa, sua polícia e governo estadual. Anunciam o planejamento de mais um crime. Querem massacrar os camponeses de Jacinópolis e de várias outras áreas de Rondônia.

Conclamamos a todos os verdadeiros democratas, intelectuais honestos, estudantes, professores, aos camponeses e ao povo de Rondônia a repudiar esta campanha sórdida contra a luta camponesa.

O povo quer terra, não repressão!
Abaixo a criminalização do movimento camponês!
Abaixo a imprensa sensacionalista serviçal do latifúndio!


LCP - Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia

Carta dos moradores de Jacinópolis

Jacinópolis 27/03/2008

Ao povo de Rondônia e a todos compatriotas do Brasil,

Nós moradores do acampamento José e Nélio e do distrito de Jacinópolis viemos a público manifestar nosso desagrado contra as matérias mentirosas publicadas em jornais de Rondônia e na revista Istoé nas últimas semanas.

As matérias nos tratam como bandidos guerrilheiros e responsáveis por atos de violência e morte. Quando na verdade fomos e somos vítimas da violência dos latifundiários da região, seus bandos armados e a polícia.

Nunca a polícia ou a imprensa vieram aqui para investigar os bandos armados do latifúndio e seus crimes covardes contra os camponeses. Nunca a polícia veio até aqui para cortar terras e entregar para o povo. Sempre vem para despejar famílias, prender, humilhar e torturar.

E ainda querem que os recebamos de braços abertos? Tenha paciência!

A polícia ambiental e o Ibama também humilham e abusam dos moradores da região, prendem ferramentas, aplicam multas abusivas. Moradores das linhas 6 e 7 foram multados em mais de 20 mil (cada um) por uma queimada acidental em 10 alqueires. Mas o senador Amir Lando que desmatou 500 alqueires em 2006 na mesma área jamais foi multado, assim como outros latifundiários.

Dizem que desmatamos e retiramos madeira sendo que todas as serrarias de Jacinópolis foram fechadas. Os maiores desmatadores são os latifundiários, basta ver nas fotos de satélite, as áreas mais desmatadas estão nas fazendas.

O governador Ivo Cassol quando esteve em Jacinópolis em 2006, quando viu caminhões carregados de madeira exclamou: “isso é o progresso”. Na mesma ocasião fez campanha eleitoral prometendo construir postos de saúde, linha de energia, estradas e regularizar nossas terras. E agora nos trata como bandidos?

As famílias que hoje moram e trabalham em Jacinópolis conseguiram tudo que têm a duras penas de trabalho e suor e lutando contras as injustiças do latifúndio. Estas terras que antes pertenciam a meia dúzia de latifundiários e nada produziam além de pasto, hoje pertencem a mais de 1200 famílias, que produzem de tudo para seu sustento. Não precisamos trabalhar nas terras de fazendeiros, nem de empregados nas cidades, somos donos do nosso nariz.

As 200 famílias que cortaram seus lotes entre 2006 e 2007, produzirão este ano 1800 sacos de arroz, 2300 sacos de milho, 80 mil pés de café plantados, 400 sacos de feijão, lavouras de banana, cacau, mandioca, urucum e criações de galinha e porco. Mais de 90% construíram casas.

Hoje a região conta com mais de 8 mil cabeças de gado, sendo que a maioria do leite é subutilizado pois não temos estradas para escoar a produção diária. Isso sem falar na produção das demais famílias que é muito maior.

Com nosso trabalho abrimos comércios, plantamos, construímos nossas casas, estradas e pontes. Agora querem nos expulsar daqui! Vamos lutar por nosso direito de trabalhar!

Mais e mais famílias estão tomando terras na região. Recentemente um acampamento de 400 famílias foi montado e logo cortarão as terras da fazenda Porto Franco com 25 mil alqueires.

Os que se incomodam com o aumento de camponeses na região são os latifundiários e seus aliados, pois só eles têm medo de perder as terras griladas da União.

Os pequenos comerciantes, os camponeses e o povo só têm a ganhar.

Exigimos ser tratados com respeito e dignidade e não como bandidos!
Queremos a regularização de todas as terras não repressão!


Carta Aberta

Ao povo de Rondônia
Aos camponeses, trabalhadores, intelectuais, democratas e honestos de todo o Brasil.

No dia 26 de março de 2008, foram às bancas a Edição 2003, ano 31 da revista Isto É. A capa estampava a notícia de que “O Brasil tem Guerrilha”, acusando a Liga dos Camponeses Pobres de ser um “suposto braço armado das FARC” em nosso país. Mais do que um sensacionalismo barato, Isto É passa a criminalizar a justa luta pela terra, na tentativa de descaracterizar uma legítima organização camponesa de Rondônia, acreditando que com a desinformação da opinião pública poderia insuflar uma ação repressiva do Estado.

A publicação difamatória da revista Isto É, foi amplamente reproduzida por setores da imprensa do Estado de Rondônia, como uma única orquestração de ódio contra os camponeses pobres, agora apresentados como guerrilheiros, bandoleiros, bandidos e terroristas, que apresenta um traço fascista dessas “matérias jornalísticas”, sob a máxima nazista difundida por Goebbels, de que uma mentira contada várias vezes se torna uma verdade.

O ódio de classe é estampado em frases do tipo: “trupe maltrapilha, encapuzada e arredia” e na própria vinculação de ativistas da Liga dos Camponeses Pobres com a morte de camponeses na região. A prova mais cabal da tentativa de criminalizar os camponeses é que a revista Isto É tentar associar os camponeses Wenderson Francisco dos Santos, o Ruço e Caco, de terem envolvimento na morte de um camponês na região de Jacinópolis. Ruço e Caco, foram injustamente acusados, há anos atrás, pela morte de um pistoleiro do latifundiário e grileiro Galo Velho, que é um dos maiores do ramo da “grilagem” no país, reconhecido no Livro Negro da Grilagem de Terras do Governo Federal.

Há um ano atrás, o povo de Jarú, julgou que Ruço era inocente de todas as acusações absurdas do latifúndio, coroando uma campanha nacional e internacional que denunciava a sua prisão sob tortura e as infrutíferas tentativas de matá-lo na prisão, onde permaneceu por mais de 4 anos. O povo soberanamente decidiu, mas o latifúndio continua a insistir em criminalizá-lo por ele ser “membro da Liga dos Camponeses Pobres”. Caco, após permanecer por três meses preso, foi absurdamente condenado, junto com o Dr. Ermógenes Jacinto, advogado, pela LEI DE IMPRENSA! No Entanto a mesma Lei de Imprensa não puniu o jornal folha de Rondônia que após o julgamento que inocentou os camponeses em 4 de abril de 2007 anunciava: “matadores da LCP são absolvidos”.

A matéria de Isto É tem uma qualidade tão grosseira em suas mentiras e intentos difamatórios que chega a acusar, sem qualquer tipo de prova, ativistas da Liga de Camponeses Pobres por diversos crimes. Isso, além de fazer acusações gratuitas, também sem qualquer comprovação, sobre supostos treinamentos feitos pelas FARC na região. Percebendo que as organizações democráticas e de direitos humanos preparavam uma resposta à esses ataques, Isto É mais uma vez ataca a Liga de Camponeses Pobres e passa a caracterizar como “guerrilheiros” o MEPR – Movimento Estudantil Popular Revolucionário e ILPS - Liga Internacional de Luta dos Povos, na qual o CEBRASPO é filiado e o representa enquanto Seção Brasil.

O que se quer justificar é que se existisse guerrilha, justificaria-se ação armada de pistoleiros a mando do latifúndio na região de Jacinópolis, que a cada mês faz inúmeras vítimas. Mas o latifúndio quer mais! Com um discurso de “medo” e por se sentirem “aterrorizados”, diversos latifundiários e seus representantes no parlamento passaram a exigir a ação do Exército para “acabar com os guerrilheiros”. Em outras palavras, segundo o latifúndio, é preciso acabar com todos os camponeses que se lançam na luta pela terra, que buscam o sustento dos seus filhos e que em muitos casos já vieram de outras regiões onde foram expulsos pelo latifúndio.

Já basta! Os inocentes não podem ser acusados de bandidos. Os conflitos agrários só existem pela velha estrutura agrária concentrada nas mãos de poucos enquanto a maioria dos pobres do campo passa fome.

Tomamos a liberdade de nos dirigir aos rondonienses, com humildade, mas reconhecendo que nossas assinaturas nesta carta representam significativa parcela dos democratas brasileiros, no sentido de manifestar apoio e esperança aos camponeses que lutam pela terra ao mesmo tempo em que repudiamos toda a forma de tratar o problema agrário brasileiro como caso de polícia.

As organizações classistas e personalidades presentes neste Ato Público, na Universidade Federal de Rondônia conclamam ao povo de Rondônia e toda a sociedade brasileira a se colocar em luta contra esta tentativa de criminalizar o Movimento Camponês, pois junto com estes está em jogo a criminalização de toda e qualquer organização social que se levante contra as injustiças e desigualdades existentes em nosso país. O povo quer terra! Não repressão!

Porto Velho, 04 abril de 2008.

CEBRASPO / Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
ILPS / Liga Internacional de Luta dos Povos

SINDSPREV/RO – Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social de Rondônia

SINTUNIR – Sindicato dos Técnicos da Universidade Federal de Rondônia

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Espigão D’Oeste/RO

NAP – Núcleo dos Advogados do Povo

Comitê Popular de Lutas – Porto Velho/RO

Comitê em Defesa da Revolução Agrária – Porto Velho/RO

Prof. Ms. Nelbi Alves da Cruz – Coordenador do PRONERA – Universidade Federal de Rondônia

Prof. Dr. Nilson Santos – Diretor do Núcleo de Educação – Universidade Federal de Rondônia

Prof. Dr. Ari Miguel Teixeira Ott – Depto de Filosofia e Sociologia - Universidade Federal de Rondônia

Profª Ms. Marilsa Miranda de Souza – Campus de Rolim de Moura – Universidade Federal de Rondônia

Prof. Luis Luíz Fernando Novoa Garzón – Fórum Independente Popular do Madeira

Diretório Central dos Estudantes – Universidade Federal de Rondônia – DCE/UNIR

Movimento Estudantil Popular Revolucionário - MEPR
Centro Acadêmico de Ciências Sociais – Universidade Federal de Rondônia

Centro Acadêmico de Pedagogia – Universidade Federal de Rondônia

Centro Acadêmico de Psicologia – Universidade Federal de Rondônia

Centro Acadêmico de Informática – Universidade Federal de Rondônia

Centro Acadêmico de Biologia – Universidade Federal de Rondônia

Centro Acadêmico de Geografia – Universidade Federal de Rondônia

Centro Acadêmico de Medicina – Universidade Federal de Rondônia

Centro Acadêmico de Química – Universidade Federal de Rondônia

Movimento Feminino Popular – MFP


Considerando o conteúdo dos fatos acima, os signatários vêm manifestar sua solidariedade ao movimento camponês e repudiar as matérias caluniosas da revista Isto É e outros seguimentos da imprensa rondoniense.

Ato Público contra a criminalização e repressão do movimento camponês

Na sexta-feira, dia 06 de abril de 2008, ocorreu em Porto Velho uma "Ato Público contra a criminalização e repressão do movimento camponês" realizado pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) e Comitê em Defesa da Revolução Agrária e dos Direitos dos Povos, com apoio do Sindicato Nacional dos Docentes (Andes-Regional Norte 1), da Associação dos Docentes da Unir (Adunir) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE-Unir).


Participaram estudantes da Unir, sindicalistas, camponeses e personalidades democráticas de várias partes de Rondônia. Os participantes expressaram solidariedade e apoio à luta camponesa e denunciaram a campanha difamatória contra o movimento camponês veiculada nas últimas semanas por órgãos de imprensa nacionais e estaduais vendidos, como parte de um plano para realizar mais um massacre em Rondônia. Também foi destacado a inércia dos governos estaduais e federal na entrega de terras a quem nela trabalha e na punição dos diversos crimes cometidos contra camponeses pobres por latifundiários e seus pistoleiros com a participação de policiais.
















Denúncia Gravíssima

Acampados da fazenda Catâneo relatam 30 desaparecidos


Jaru, 11 de abril de 2008


O acampamento Conquista da União, localizado próximo à cidade de Campo Novo-RO, foi atacado na manhã do dia 9 de abril por cerca de 100 jagunços fortemente armados, com coletes a prova de balas, coturno e capuz preto. Os camponeses saíram correndo sob disparos, deixando todos seus pertences para trás. Após expulsarem as famílias, os pistoleiros queimaram barracos com roupas, documentos pessoais e mantimentos e a polícia apreendeu depois cerca de 20 motos que ficaram no acampamento destruído.


O acampamento não é direcionado pela Liga, mas independente disso, apoiamos toda e qualquer luta camponesa e do povo por uma vida digna de trabalho, terra, justiça e nova democracia e contra mais de 500 anos de exploração, massacres e injustiças no nosso País.


Ainda na quarta-feira, recebemos vários telefonemas denunciando a ataque covarde e alguns companheiros que sobreviveram conseguiram chegar até a sede da Liga em Jaru confirmando as informações. Denunciamos imediatamente a grave situação a vários órgãos de imprensa e entidades populares. Também repassamos o relato de camponeses que foram expulsos do local de que cerca de 15 pessoas teriam morrido no acampamento pelas balas dos jagunços, o que também havia sido denunciado em vários meios de imprensa de nosso estado.


Assim que foi possível, também verificamos in loco a situação da área. No momento, os acampados estão na linha 02 próximo à BR 421, dormindo no relento, só com a roupa do corpo e se alimentando graças à ajuda de moradores do local solidários com os camponeses. Eles confirmam o fato que já havíamos denunciado e ainda informaram que do dia 9 para o dia 10 uma caminhonete da fazenda movimentou-se a noite toda no local onde era o acampamento. É possível que estivessem pegando corpos para esconder em outro local, assim como fizeram em Santa Elina, logo após o massacre de 1995 para não deixar pistas do verdadeiro número de camponeses assassinados pelos pistoleiros e policiais a mando do latifúndio.


Alguns jornalistas foram até a área do acampamento Conquista da União para acompanhar a situação, sendo que alguns deles foram recebidos com hostilidade pelos pistoleiros da fazenda, como relatou o próprio Roberto Gutierrez, da Folha de Rondônia.


Outra situação estranha é que, mesmo com todas as denúncias e com os tiros tendo sido ouvidos a vários quilômetros de distância, a polícia só compareceu no local no dia 10 às 16 horas. E mesmo assim os policiais que compareceram no local foram os membros da polícia ambiental que trabalham dentro da fazenda Condor e que são conhecidos na região pelos abusos cometidos contra a população da região,em especial aos camponeses sem-terras.


Até agora nenhum corpo foi encontrado, mas os camponeses sobreviventes do ataque dizem que existem até 30 pessoas desaparecida. Este número não é preciso, pois os camponeses se espalharam enquanto fugiam do ataque. Ainda não podemos afirmar com certeza que houveram mortes, mas também não podemos afirmar que não houve nenhuma. A região de Buritis tem um histórico de massacres e ataques de pistoleiros a mando de latifundiários contra camponeses e nas últimas semanas a campanha difamatória de setores vendidos da imprensa nacional e estadual nos indicam a tentativa de prepararem a opinião pública para um aumento da repressão e até a execução de um massacre contra os camponeses pobres em luta pela terra.


Discordamos veementemente das afirmações de alguns veículos de imprensa que querem insinuar que “não foram achados mortos, portanto está tudo bem”.


Perguntamos se está tudo bem que pistoleiros invadam acampamentos queimando pertences do povo, atirando para todos os lados?


Rechaçamos também outra mentira de que o ataque foi disputa entre próprios camponeses.


Estamos todos alertas. Muitas dúvidas ainda não foram esclarecidas. A situação do campo em Rondônia é muito grave. As calúnias e difamações na imprensa contra os camponeses e a LCP seguem em curso no estado.


Mas por outro lado, temos recebido apoio de entidades e democratas de todas as partes do país.


Conclamamos a todos verdadeiros democratas a se unirem contra a campanha de difamação e repressão ao movimento camponês em Rondônia e pela punição imediata dos autores de mais esta ação covarde do latifúndio.


INVESTIGAÇÃO IMEDIATA DOS DESAPARECIMENTOS NA FAZENDA CATÂNEO!
LUTAR PELA TERRA NÃO É CRIME!
TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA!


LCP – LIGA DOS CAMPONESES POBRES DE RONDÔNIA